Religião
Desde sempre havia apenas o vazio. Infinito. Eterno. Incomensurável. Sem um referencial não havia espaço, não havia tempo. O vazio simplesmente era. Até que uma centelha de luz interrompeu o vazio, que passou a ser mensurado: era tudo menos a luz. Incandescente, a luz se multiplicava e aumentava de intensidade pouco a pouco, e o que era antes eterno passou a ser contado: a cada momento o vazio ficava menor.
Por toda a extensão do vazio começaram a aparecer pontos de luz, que revelavam um sem número de maravilhas ao seu redor. Luas, asteróides, cometas e planetas foram revelados, e em um deles surgiu o continente de Anamir. Além de revelar o que antes estava escondido no vazio, a luz acendia suas próprias criações, que emanavam aquilo que ela representava: força, bondade, esperança.
Aos poucos na superfície de Anamir foram sendo reveladas florestas, montanhas, lagos, desertos e outras incríveis maravilhas. Dragões e outras criaturas fantásticas foram sendo reveladas pela luz, e logo a superfície de Anamir estava populada por um sem número de animais e criaturas fabulosas.
Os elfos foram a primeira das raças inteligentes a serem reveladas pela luz, e algum tempo depois vieram os anões. Por último vieram os humanos, e cada uma das raças enxergava a luz por um prisma diferente, venerando-a como o deus responsável por sua criação. Os elfos a chamaram de Larelon Corethion. Os anões de Gaiadin. Os humanos veneravam cada aspecto revelado pela luz como um deus diferente.
Porém, escondido no vazio, havia algo que a luz era incapaz de revelar. Uma força que era a verdadeira antítese da luz, dotada de um desejo insaciável de devolver tudo o que foi revelado pela luz de volta para o vazio. Esta força, chamada de escuridão, avançava vorazmente sobre tudo revelado pela luz, e, assim como sua opositora, criava a partir de sua essência terríveis monstruosidades que utilizava em sua batalha contra a luz.